Após muita negociação, a presidente Dilma Rousseff anunciou que será mesmo em Xangai, na China, a sede do New Development Bank (NDB), nome oficial escolhido para o “banco dos Brics”. A primeira presidência do NDB, que terá capital inicial autorizado de US$ 50 bilhões, será exercida pela Índia.
Em seu discurso na VI Cúpula dos Brics, que ocorre em Fortaleza, Dilma afirmou que os chefes de Estados de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul discutiram a multiplicação dos conflitos pelo mundo. Foi tratada a questão da Ucrânia, tema sensível ao presidente russo, Vladimir Putin.
“Lamentamos a falta de avanços concretos nessas questões”, disse Dilma, referindo-se a conflitos na Palestina, em Israel, na Síria, no Iraque e na Ucrânia.
De acordo com a presidente, os membros dos Brics entendem que deve haver reformas urgentes em mecanismos internacionais, citando como exemplo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Conselho de Segurança da ONU.
Dilma reafirmou a necessidade de que essas reformas reflitam melhor o peso dos países dos Brics no contexto econômico mundial. “Os Brics são essenciais para a prosperidade do planeta”, disse ela.
Em coletiva, depois do encontro com os presidentes, Dilma negou que o Brasil tenha sido obrigado a ceder a presidência dos banco dos Brics para a Índia com o objetivo de garantir um acordo na cúpula dos líderes dos cinco países.
“Consideramos que era justo que a presidência ficasse com país que propôs o banco”, justificou ela.
Segundo Paulo Visentini, professor de Relações Internacionais da UFRGS, e Alcides Vaz, professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), a criação do banco faz parte de uma barganha política.
Uma das poucas demandas comuns dos Brics diz respeito à necessidade de reformas em instituições de governança política e econômica globais. Em especial, os cinco reivindicam mais voz no Banco Mundial e também no FMI (Fundo Monetário Internacional) – este, um órgão tradicionalmente comandado por um representante europeu.
“A criação desse banco pode ser um marco histórico importante: se ele de fato sair do papel será a primeira vez que países emergentes criam uma instituição desse porte, com mandato para atuar em diversos continentes”, acredita Visentini.
“Os Brics estão dizendo que se os Estados Unidos e a Europa não modificarem o perfil dessas instituições, eles vão criar suas próprias instituições”, diz ele.
Mas o novo banco já nasce com uma série de questionamentos – entre eles o temor de que ele se transforme em um veículo para ampliação da influência chinesa e não venha a fomentar o desenvolvimento a que se propõe.
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