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Segundo analista, Brasil levará décadas para reverter danos de ‘alinhamento automático’ com os EUA

Donald Trump e Jair Bolsonaro. Imagem: Divulgação/PR

Do Sputniknews.

No sábado (7), os presidentes de Brasil e Estados Unidos se reuniram para um jantar na Flórida. A Sputnik Brasil conversou neste domingo (8) sobre os desdobramentos do encontro com a pesquisadora Ariane Roder, especialista em Relações Internacionais da UFRJ.

Esse foi o quarto encontro entre Jair Bolsonaro e Donald Trump desde que Bolsonaro assumiu a Presidência, em janeiro de 2019. O presidente brasileiro tem desde o início de sua gestão demonstrado uma postura de alinhamento aos EUA, apostando no apoio às políticas de Donald Trump em relação a diversas questões, como a Venezuela e o Oriente Médio.

A visita de Bolsonaro aos EUA terá duração de quatro dias. Em nota, a Casa Branca afirmou que o encontro busca discutir uma aliança estratégica entre os países, sinaliza o início de conversas sobre acordos bilaterais na área militar e de comércio e reitera o apoio à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para Ariane Roder, professora do Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apesar de poucos anúncios pragmáticos, politicamente, Trump se aproximou de Bolsonaro.

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Para a professora, a postura brasileira está causando danos de difícil reparação, como no caso do Oriente Médio. Isso porque historicamente a diplomacia brasileira costuma optar pela neutralidade e vinha se mostrando como possível mediador de conflitos.

“Acho que o Brasil está adotando posturas de alinhamento automático com os Estados Unidos a despeito de cálculos estratégicos e pragmáticos de como essa aliança pode trazer impactos negativos em relações comerciais, o efeito na imagem que o país tem no âmbito internacional e que construiu diplomaticamente. Acho que esses são os maiores danos diplomáticos que a gente para reverter isso vai demorar décadas”, afirma.

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