Segundo pesquisa da Oxfam, economia sexista aprofunda a desigualdade mundial

Foto de Tuca Vieira que mostra Paraisópolis e prédio de luxo do Morumbi rodou o mundo e virou símbolo da desigualdade social
D’O Globo.
Em 2019, os 2.153 bilionários do mundo detinham mais riqueza que 4,6 bilhões de pessoas — o equivalente a 65% da população global, estimada em pouco mais de 7 bilhões. Segundo um relatório da ONG britânica Oxfam, que será divulgado hoje, véspera da abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a desigualdade econômica está fora de controle. Uma das principais razões para aprofundar o fosso entre ricos e pobres, aponta o trabalho, é um sistema econômico mundial sexista.
O relatório diz que a economia atualmente valoriza a riqueza de poucos privilegiados no mercado em detrimento de bilhões de horas dedicados ao cuidado de pessoas nos lares. Essa função é exercida majoritariamente por mulheres, sobretudo as mais afetadas pela pobreza. Se fosse contabilizado (e remunerado), esse trabalho agregaria pelo menos US$ 10,8 trilhões à economia mundial todo ano, estima a Oxfam.
“As tarefas diárias de cuidar de outras pessoas, cozinhar, limpar, buscar água e lenha são essenciais para o funcionamento da economia. A desigual responsabilidade desse trabalho, que recai sobre as mulheres, perpetua as desigualdades de gênero e econômicas”, afirma o estudo da Oxfam, baseado em dados do relatório Global Wealth, do banco Credit Suisse.