Sem direitos trabalhistas, motoristas por aplicativo devolvem carro e enfrentam dificuldades

Do G1:
As necessárias medidas de distanciamento social para conter a pandemia do coronavírus afetaram diretamente a vida dos motoristas de aplicativos, que enfrentam dificuldades para fecharem as contas de casa. Mesmo com o relaxamento da quarentena em alguns locais do país, que já apresentam uma expressiva melhora na demanda para esse serviço, alguns contaram que vão demorar para se recuperarem — ou serão obrigados a buscar outras fontes de renda. Muitos deles precisaram se desfazer de bens, entregar casas alugadas e até devolver carros a locadoras, ficando sem o instrumento de trabalho.
Nos 2 primeiros meses da pandemia, dos 200 mil carros que estavam alugados para os motoristas de aplicativos, 160 mil foram devolvidos. Agora, além dos 40 mil que permaneceram em circulação, outros 40 mil já voltaram às ruas, segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla).
Para quem continuou rodando, as empresas têm oferecido algumas ajudas que variam entre higienização dos veículos, instalação de películas ou barreiras protetoras, e distribuição de máscaras e álcool em gel 70%. Caso os motoristas prefiram realizar os cuidados por conta própria, há reembolso.
Também foram definidas algumas regras pelos aplicativos: há limite para 3 passageiros, que devem estar sempre no banco traseiro. Todos os ocupantes do veículo devem usar máscaras. As medidas adotadas podem variar entre Uber, 99 e Cabify. O G1 ouviu trabalhadores de diversas partes do Brasil. Para a maioria, o auxílio emergencial do governo federal e eventuais corridas particulares se tornaram as únicas formas de sustento no momento.