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Senador pede que o MPF e o TCU investiguem se o governo Bolsonaro impulsionou robôs nas redes

Do Correio Braziliense

(Brasília – DF, 26/01/2019) Presidente da República Jair Bolsonaro conversa por telefone com o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu. Foto: Isac Nóbrega/PR

O senador Humberto Costa (PT-PE) solicitou ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) a abertura de uma investigação para que seja apurado se o governo federal financiou as atividades de perfis inautênticos no Twitter ao longo de março. Os pedidos do parlamentar tiveram como base reportagem do Correio desta segunda-feira (5/4) que mostrou que, na comparação com fevereiro, a quantidade de publicações a favor do presidente Jair Bolsonaro feitas por robôs cresceu 273% no mês passado.

Os requerimentos do senador foram enviados ao procurador-chefe da Procuradoria da República no Distrito Federal, Claudio Drewes, e à procuradora-geral do MPTCU, Cristina Machado. “Se há atividades de postagens por artifícios de ‘robôs’, é evidente a existência de uma engrenagem maciça para impulsionar esses conteúdos, e essencialmente há aparatos financeiros nessa rede de sustentação”, pontuou Costa.

“É crucial que se debruce se há recursos do erário federal nessa rede, mormente a existência de parlamentares federais financiando tal sistema com recursos de cotas parlamentares; se há utilização de contratos e aportes financeiros de algum ministério ou estatais em tais atividades, e ainda e principalmente, se o Cartão Corporativo à disposição da Presidência da República ou de qualquer autoridade federal sustenta e paga por essas ações de robôs nas diversas redes sociais”, acrescentou o parlamentar.

Segundo Costa, “há evidente afronta aos princípios da moralidade, da legalidade e da publicidade” diante do crescimento expressivo de publicações feitas por bots a favor de Bolsonaro. De acordo com o senador, caso seja constatado o uso de recursos governamentais para o impulsionamento das postagens, isso caracterizaria crimes de peculato e práticas de improbidade.

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