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Serraglio, novo ministro da Justiça, sobre propina a Temer: “Ele pode nunca ter sabido”

Do novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), aliado de Cunha, em entrevista à Folha:

 

 

Várias empresas decidiram pedir desculpas e fazer acordos com o Ministério Público. Não está na hora dos partidos?
Essa pergunta é para os presidentes dos partidos. Você chega em uma posição que você não pode ser franco demais e não pode opinar demais. Se eles acharem que devam fazer, eu faço.

Tem a questão no TSE que coloca o seu próprio governo processado. Teme que seu governo não chegue ao fim?
Não. Vai chegar ao fim. Acredito na possibilidade de chegar ao fim. Não só na possibilidade, acredito que vai chegar ao fim. Nós temos no direito a responsabilidade objetiva e a subjetiva. O que é subjetiva? Eu, Osmar Serraglio, saber o que está sendo feito. Para o Michel ser envolvido, precisa que se demonstre a responsabilidade subjetiva. Ele pode nunca ter sabido. Como eu tenho observado, que ele nunca discutiu valores. Vai ter que aparecer que ele sabia que estavam recebendo dinheiro indevido.

Quando um delator diz que ele tratou com o Marcelo Odebrecht esse pedido, isso não muda de figura?
Mas os partidos pedem dinheiro. Antigamente, isso a gente vê em direito tributário, não me lembro agora do nome do imperador Romano, acho que foi Crasso [na verdade foi Vespasiano], ele começou a tributar as prostitutas [na verdade, o uso das latrinas]. Falaram: é um ilícito, e tão cobrando. Aí ele falou, ‘pecunia non olet’, o dinheiro não cheira. O dinheiro não vem carimbado assim ó, esse é de corrupção, não encosta que esse é de corrupção.