Servidor da Saúde negociou vacina informalmente com a Davati antes de proposta ao ministério
A Davati Medical Supply negociou vacinas com o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, antes mesmo de apresentar propostas à pasta.
A negociação informal envolvia Cristiano Carvalho, representante da vendedora de vacinas no Brasil, e Marcelo Blanco, coronel da reserva e ex-assessor de Dias na Saúde.
Em uma das conversas, Luiz Paulo Dominghetti, que denunciou suposto pedido de propina na aquisição do imunizante, é citado nas negociações.
As conversas ocorreram em 3, 4 e 9 de fevereiro, por WhatsApp.
Dias justifica que nunca omitiu seu cargo:
“Inclusive, conforme os prints demonstram, me identifico formalmente com nome e cargo. As ligações com pouco tempo entre elas mostram conhecido desencontro entre ligações de WhatsApp quando duas pessoas se ligam simultaneamente”.
Só em 26 de março, o CEO da Davati, Herman Cardenas, encaminhou uma proposta oficial para Dias, oferecendo 400 milhões de doses da AstraZeneca.
O próprio laboratório nega ter dado autorização para a oferta.
Cristiano Carvalho também conversou com o coronel Blanco, então assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.
Segundo Dominghetti, o militar esteve no jantar em que houve o suposto pedido de propina.
Blanco e Carvalho conversaram em 1º de fevereiro.
O documento oficial enviado no dia 26 do mês anterior foi tratado por WhatsApp.
Com informações da Folha.