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Sírio agredido pela GCM tenta se reerguer com ajuda da internet

Refugiado sírio agredido pela GCM de Covas. Foto: Reprodução/Facebook

Da CartaCapital

O sírio Jaballah Al Ssabah economizou por quatro anos para abrir um restaurante em São Paulo. Em maio, com 15 mil reais no bolso, realizou o sonho. Pagou dois alugueis antecipados, no valor de 7 mil reais, por um pequeno espaço na Liberdade, no centro da capital paulista, e reformou todo o ambiente durante um mês e meio.

No dia da inauguração, em 26 de junho, funcionários da Prefeitura apareceram no local com um auto de infração. “Estava escrito em letras minúsculas, ele mal fala português. Mas achou que fosse algo corriqueiro, um procedimento da Prefeitura, justamente por ser no dia da inauguração”, explica Marina Tambelle, advogada de Jaballah.

Não era nada corriqueiro. Era um aviso sobre a irregularidade do imóvel, que pertencia à Prefeitura. Em 15 dias ele deveria sair de lá. Na quinta-feira 12, a Guarda Municipal Civil apareceu para cumprir a ordem de retirá-lo de lá. Jaballah perdeu uma estufa de esfiha, mas conseguiu adiar o despejo. “Eu negociei com a subprefeitura, pedi pelo menos uma semana para encontrar outro lugar”, relata Tambelle.

Eles não esperaram. Na segunda-feira 16 apareceram para retirar Jaballah e todos seus equipamentos do imóvel. O sírio perdeu alimentos perecíveis e todo o investimento. Mas a truculência da GCM não passou em branco – um vídeo com as cenas, gravadas por Tambelle, viralizou nas redes sociais.

A comoção nas redes quer reverter a história do sírio que fugiu de um país em guerra e escolheu o Brasil para recomeçar a vida. Tambelle lançou hoje uma campanha no Vakinha para ajudá-lo a recuperar o dinheiro investido no restaurante. Até agora, um terço já havia sido levantado com financiamento coletivo.

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