Sobrevivendo com caldos: Investigação sobre “envenenamento” de Lessa é arquivada

A Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP) arquivou a investigação sobre a denúncia do ex-policial Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco, de que estaria sendo envenenado na Penitenciária de Tremembé. A SAP informou que a apuração concluiu que “não foram encontrados quaisquer indícios” de veneno na comida servida ao interno, classificando a acusação como falsa.
Lessa, que morava ao lado de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, havia relatado à sua defesa que passava mal após as refeições e, por isso, deixou de se alimentar da comida da penitenciária. Seu advogado, Saulo Carvalho, afirmou ao STF que o cliente emagreceu cerca de 10 quilos e passou a sobreviver com frutas, biscoitos e uma “pastinha” feita com caldo de carne. A defesa alegou que Lessa testou a hipótese do envenenamento ficando dias sem medicamentos.
A SAP rebateu as alegações, destacando que Lessa cumpria pena em cela individual por segurança, com banhos de sol diários em pátio reservado. A secretaria afirmou que “a unidade disponibiliza atendimento médico” completo e que “a comida oferecida seguiu um cardápio padrão”. Lessa foi transferido para o Distrito Federal no sábado (22), atendendo a pedido de sua defesa fundamentado em risco à integridade física.
Ronnie Lessa confessou a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes em 2018 e firmou delação premiada em 2024. Em seu depoimento, apontou como supostos mandantes o conselheiro Domingos Brazão, o ex-deputado Chiquinho Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa. O julgamento dos acusados ainda não tem data marcada.
