Sócio da Engevix, investigada na Lava Jato, pagou propina a operador de Temer, diz Folha

Reportagem de Taís Hirata, Reynaldo Turollo Jr e Fábio Fabrini na Folha de S.Paulo aponta que José Antunes Sobrinho, sócio da empreiteira investigada na Lava Jato Engevix, teria pago R$ 1 milhão em propina, em 2014, ao coronel João Baptista Lima Filho, apontado como suposto operador do presidente Michel Temer.

O repasse teria sido por meio de uma fornecedora do Aeroporto de Brasília, a empresa de mídia Alúmi.

A empresa argentina Corporación América –controladora do aeroporto de Brasília– identificou um possível pagamento de propina no valor de US$ 250 mil, feito em 2014. A informação está em comunicado ao mercado americano, ao qual a Folha teve acesso.

Em 2014, a operadora aeroportuária argentina tinha como sócia no empreendimento a Engevix. A empreiteira foi investigada na Lava Jato, teve um dos sócios presos e, para superar problemas financeiros, vendeu a sua parte à Corporación em 2015.

No comunicado às autoridades americanas, a empresa diz que, ao avaliar a contabilidade pregressa, não conseguiu explicar o destino de milhares de dólares e reportou o problema para não ser responsabilizada futuramente.

(…)

Em documentos que vazaram, Antunes Sobrinho relatou o pagamento de R$ 1 milhão em propina, em 2014, ao coronel João Baptista Lima Filho, apontado como suposto operador do presidente Michel Temer. O repasse teria sido por meio de uma fornecedora do aeroporto, a empresa de mídia Alúmi.

Em setembro deste ano, após esse vazamento, a Alúmi entrou na Justiça contra a empresa que prospectou o contrato com o aeroporto, a EPS Engenharia, sob a alegação de que sua imagem foi prejudicada pelo envolvimento em negócios ilícitos então desconhecidos.

Na ação, a Alúmi narra que, em 2014, ao assinar um contrato para explorar publicidade na área externa do aeroporto, recebeu a indicação de Antunes Sobrinho, por meio da EPS, para subcontratar uma empresa do coronel Lima, que faria o projeto dos painéis publicitários.

Em outubro e novembro de 2014, a Alúmi pagou à empresa, em duas parcelas, R$ 1,16 milhão.

A defesa, porém, desistiu da delação. O caso caiu no esquecimento, até porque um presidente da República não pode ser investigado por supostos crimes cometidos antes do mandato.

(…)

Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: pedrozambarda@gmail.com

Disqus Comments Loading...
Share
Published by
Pedro Zambarda de Araujo

Recent Posts

Delegacias da Polícia Federal viram ‘objeto de desejo” de parlamentares; entenda

Há uma crescente onda de solicitações de instalação de delegacias da Polícia Federal (PF) em…

13 minutos ago

Pabblo Vittar protege mulher detida em seu show: “Não deixem ela sair com os seios nus”

Durante seu show na Virada Cultural, no Vale do Anhangabaú, Pabllo Vittar interrompeu sua apresentação…

51 minutos ago

Cantor morre em acidente após assinar contrato com gravadora

O cantor Guilherme Leon, 32, morreu após se envolver em um acidente na Rodovia Raposo…

1 hora ago

VÍDEO: Bolsonaro ignora pedido de abraço “criança especial”: “Vai embora daqui”

Um vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ignorando um pedido para mandar um abraço a…

2 horas ago

Regina Duarte coleciona advertências do Instagram por publicações com fake news

A atriz Regina Duarte, de 77 anos, acumula diversas advertências do Instagram por divulgar de…

3 horas ago

VÍDEO: Stédile pede ao Papa que abençoe bandeira do MST

Um vídeo divulgado pelo portal Vatican News, da Santa Sé, mostra o momento em que…

3 horas ago