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Sociólogo americano comenta silêncio de Neymar em caso de racismo

da BBC:

Os critérios com que brasileiros e americanos se identificam racialmente estão se aproximando, diz Reginald Daniel, professor de sociologia da Universidade da Califórnia (Santa Barbara).

Ele afirma que, aos poucos, os Estados Unidos estão deixando para trás um modelo de classificação rígido e binário, que enquadrava a maioria da população nas categorias branca ou negra. Com a imigração latina e o crescimento de casamentos inter-raciais, cada vez mais americanos se veem como multirraciais.

Já o Brasil, onde historicamente vigora um modelo racial mais flexível, percorre o caminho inverso: cresce no país o número de pessoas que se identificam como pretas ou negras e repelem termos que designam grupos intermediários, como pardo ou mestiço.

A tese está no livro Race and Multiraciality in Brazil and the United States: Converging Paths? (“Raça e multirracialidade no Brasil e nos EUA: caminhos convergentes?”, em tradução livre), escrito por Daniel após vários anos de pesquisa nos dois países.

Em entrevista à BBC Brasil, o professor afirma que o estigma ligado à escravidão ainda impede que muitos brasileiros assumam sua ancestralidade africana.

Daniel, americano que se define como multirracial, comentou o silêncio do jogador Neymar diante das ofensas raciais que sofreu em partida no início do mês, na Espanha.

“Se não fosse famoso, Neymar correria os mesmos riscos de um preto ou pardo que topasse com a polícia à noite na zona norte do Rio.”

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