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“Solidão” e “drogas”: O desabafo de Malala, que venceu Nobel da Paz aos 17 anos

A ativista Malala Yousafzai. Foto: reprodução

Onze anos após receber o Nobel da Paz, Malala Yousafzai revela seu lado mais humano no livro “No meu caminho”, que chega às livrarias. A ativista paquistanesa abandonou o tom institucional para compartilhar experiências pessoais da vida universitária, conflitos culturais e descobertas amorosas. A obra mostra a jornada da jovem que sobreviveu a um atentado talibã aos 15 anos em busca de uma identidade além do ativismo.

Em entrevista ao Globo, Malala explicou a motivação para o livro profundamente pessoal. “Minha história é pública desde os meus 15 anos, quando sobrevivi ao ataque do Talibã. Mas muita coisa mudou desde então”, afirmou. Ela destacou que a publicação representa uma forma de se “reintroduzir no mundo” com novas histórias sobre amor, amizade, solidão, saúde mental e até uso de drogas.

Sobre o período na Universidade de Oxford, Malala revelou como recuperou parte da juventude perdida. “Durante toda a adolescência, nunca senti que vivia como uma adolescente. Eu vivia como uma diplomata, como uma mulher de Estado de 50 anos”, confessou. Ela descreveu a transformação na faculdade: “Foi a primeira vez que eu disse: ‘Ok, se ninguém está te observando, o que você faria?'”.

A ativista também falou sobre a importância de controlar sua própria narrativa. “Quando há tanta coisa sendo dita sobre você, é importante contar a sua própria versão”, explicou. Ela espera que as pessoas percebam que, “no fim das contas, toda jovem do mundo vive experiências parecidas”, mostrando a universalidade das experiências de crescimento pessoal.