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“Somos de oposição”, diz Aécio, esquecendo que o PSDB é um dos 12 partidos mais fiéis a Bolsonaro

 

Aécio e Bolsonaro. Crédito: reprodução

Do Congresso em Foco:

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) concedeu entrevista ao site Congresso em Foco e falou sobre a relação do partido com o governo Bolsonaro.

Como o senhor se considera em relação ao governo Bolsonaro? Base, oposição ou independente?

Somos de oposição. Em Minas Gerais, nas últimas eleições por exemplo, não fizemos um Bolso-Anastasia. Até pagamos um preço por isso. Mas o que eu acho que seja equívoco é essa cobrança diária que o PSDB seja oposição, porque nós somos oposição. Mas a forma de fazer oposição do PSDB é uma forma racional. Acho até compreensível que governadores façam esse discurso um pouco mais duro e é natural. No Congresso, é natural compreender também que existem pessoas no partido que têm relação institucional com o governo. Isso não é crime. Por exemplo, temos afinidade na agenda econômica, votamos as reformas que nós próprios propúnhamos lá atrás e acabaram sendo encampadas por eles. Ao mesmo tempo, temos divergências profundas em relação à agenda de costumes, por exemplo, encampadas pelo governo.

Do ponto de vista político, o papel do PSDB é no centro. Eu próprio conduzi um projeto de país liberal na economia, avançando na área social, com os melhores e mais qualificados brasileiros que naquele tempo [2014] ouvimos e não estamos no mesmo lugar.

Repito: o que temos nesse momento, compreendendo da dinâmica da política e esses fatos novos inclusive com o ex-presidente Lula, que eu quero registrar aqui é, pode até anular seus processos e torná-lo elegível, mas não apaga o desastre que foram os governos do PT para o Brasil, sobretudo na fase final do governo Dilma, que nos levou a três anos consecutivos de recessão, um desemprego que passava de 11% no último ano. Tivemos um aumento de 70% da nossa dívida do Brasil no governo Dilma e não tinha pandemia. Os dados são trágicos. A presidente Dilma foi afastada do governo na minha avaliação muito sincera, menos até pelos crimes de responsabilidade que ela cometeu e acho que cometeu. Mas muito mais pela paralisia do país, pela incapacidade que ela demonstrou de estancar o processo de declínio econômico do Brasil. Isso que levou ao seu afastamento. E isso não será apagado. Acho que ainda existe espaço para uma construção no centro ir ao segundo turno e, no segundo turno, com boas chances de vencer as eleições.

X.X.X.

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