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Sônia Guajajara é criticada por lideranças indígenas após volta do garimpo à Terra Yanomami

Sônia Guajajara. Foto: reprodução

Um ano após o início da operação federal de ajuda humanitária e combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, a comunidade de 31 mil indígenas ainda enfrenta ameaças de criminosos. Os garimpeiros, adaptando suas táticas para evadir a fiscalização, retornaram à reserva no segundo semestre.

Apesar da operação, as ameaças persistem, resultando em níveis significativos de mortes entre os Yanomamis. Embora o número de mortes tenha diminuído de 343 em 2022 para 308 no ano passado, essa redução de 10% gerou críticas de especialistas e líderes indígenas.

Na semana passada, o ativista Daniel Munduruku criticou o Ministério dos Povos Indígenas, de Sônia Guajajara, acusando a criação de um ministério “cirandeiro” de reproduzir a “política do pão e circo”, com muita festividade e viagens internacionais, mas pouca ação efetiva.

Apesar de alguns líderes indígenas defenderem o trabalho de Sonia Guajajara no ministério, concordam que mais ações eram necessárias. Kleber Karipuna, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas (Apib), aponta que o ministério poderia ter feito mais, citando as poucas demarcações de novas terras, apenas oito. Ele ressalta, no entanto, que o orçamento limitado da pasta e a complexidade das ações na terra ianomâmi não eram exclusivamente responsabilidade de Sonia.

Em uma transmissão ao vivo recente, Sonia Guajajara reconheceu que as operações foram “insuficientes na resolução dos problemas”. Ela destacou as ações emergenciais e alertou que, assim como décadas de invasões, a restauração completa pode levar décadas.

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