Apoie o DCM

Sorocaba testa pedágio “free flow” em área urbana sob gestão de bolsonarista Rodrigo Manga

Manifestação contra pedágio free flow em bairro de Sorocaba
Imagem: Arquivo Pessoal

A instalação de um pedágio eletrônico no modelo “free flow” no km 86 da Rodovia Raposo Tavares, em Sorocaba (SP), provocou indignação entre os moradores do bairro Genebra. A comunidade teme ser obrigada a pagar sempre que precisar sair ou retornar para casa, já que a única via de acesso ao centro da cidade passa obrigatoriamente pelo ponto onde o sistema será implantado. O início da cobrança está previsto para abril de 2026, mas os valores ainda não foram divulgados.

O bairro, de perfil socioeconômico modesto e com infraestrutura precária, depende fortemente do transporte individual. Moradores como a autônoma Vivian Munhoz relatam que o novo custo afetará duramente o orçamento familiar. “Se o pedágio custar o valor mínimo, teremos um gasto extra de pelo menos R\$ 100 só com terapias e escola dos meus filhos. Sem contar mercado ou emergências”, diz. Pequenos comércios também temem os impactos, com possíveis repasses nos preços de produtos e serviços.

Diante da repercussão negativa, a Artesp afirmou que os moradores do Genebra serão isentos da tarifa, mas não explicou como a isenção será operacionalizada.

A prefeitura de Sorocaba, dirigida pelo bolsonarista Rodrigo Manga, lavou as mãos. Declarou que a responsabilidade é do Estado.

Já o governo estadual afirmou que a concessão prevê investimentos em infraestrutura e que o pedágio eletrônico trará vantagens como cobrança proporcional ao trecho percorrido e descontos para usuários frequentes.

O sistema “free flow” opera com pórticos que identificam automaticamente os veículos por câmeras e sensores, eliminando a necessidade de cabines.

O pagamento pode ser feito via tag eletrônica ou no site da concessionária em até 30 dias.

Quem não paga dentro do prazo está sujeito a multa de R\$ 195,23.

Para os moradores do Genebra, no entanto, a preocupação vai além da tecnologia: “Estão querendo cobrar só para a gente sair de casa”, resume a massoterapeuta Maria Zenilda Cardoso.