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Superação? Juíza é promovida enquanto faz residência em medicina em horário integral

Posse de Adriana de Jesus Pita Colella como juíza titular da 2.ª Vara do Trabalho de Santos. Foto: Divulgação/TRT2

A juíza Adriana de Jesus Pita Colella, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), concluiu o curso de Medicina após seis anos de estudos. Promovida por antiguidade em outubro, a magistrada tornou-se titular da 2ª Vara do Trabalho de Santos. Durante o período da graduação, ela recebeu uma remuneração bruta média de R$ 76,8 mil em 2025.

O curso de Medicina na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) possui carga horária integral. Entre 2024 e 2025, Adriana cursou o internato, que exige atividades de segunda a sexta-feira, geralmente das 8h às 17h. Esse horário coincide parcialmente com a jornada forense estabelecida pelo TRT2, que vai das 11h30 às 18h.

Questionado sobre a compatibilidade de horários, o TRT2 afirmou ao Estadão que “não existe qualquer impedimento legal para a realização de atividades discentes em curso universitário” por magistrados. A corte declarou ter acompanhado a produtividade da juíza durante todo o período e que ela cumpriu seus deveres.

Documentos mostram que em março de 2025, por exemplo, a magistrada declarou trabalho presencial enquanto deveria cumprir carga horária no ambulatório da Santa Casa de Santos. A Unimes atestou que Adriana foi aprovada no internato com frequência igual ou superior a 90%.