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Supremo quebra sigilos fiscal e bancário de dois funcionários de Eduardo Bolsonaro

Wellington Moura (o terceiro, da esquerda para a direita), membro do Movimento Conservador. Depois de fazer vídeo atacando um boneco de Gilmar Mendes com balas de plástico, ele foi alvo de buscas e quebra de sigilo. Foto: Arquivo pessoal

De Ana Clara Costa e Guilherme Caetano na Revista Época.

Assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro, Edson Pires Salomão é um dos alvos de um inquérito aberto no ano passado a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar ameaças a ministros da Corte. Investigado, sua casa foi vasculhada pela Polícia Federal (PF) em dezembro, seus computadores, apreendidos, e seus sigilos bancário e fiscal foram quebrados no âmbito do mesmo processo. Com isso, o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, busca apurar quem financia os ataques virtuais promovidos por Salomão e seu grupo.

Também foi quebrado o sigilo de um de seus funcionários, Wellington de Moura. A investigação passa um pente-fino em todas as movimentações financeiras feitas pela dupla entre julho de 2018 e novembro de 2019. O inquérito corre em sigilo.

Salomão comanda uma organização com sede na Vila Mariana chamada Movimento Conservador, que propaga ideias como a liberação do porte de arma e a defesa de valores cristãos pelo Estado (ele é batista) e é contrário a qualquer flexibilização da criminalização do aborto. Para além da função ideológica, o grupo opera como máquina de destruição de reputações de opositores e bolsonaristas considerados “traidores”, como foi o caso da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), alvo de ofensas pessoais por militantes e robôs depois de entrar em rota de colisão com Eduardo Bolsonaro.

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