Tarcísio emprestou imóvel usado para justificar mudança de domicílio eleitoral para sobrinho

O apartamento alugado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo, para justificar sua mudança de domicílio eleitoral de Brasília para São Paulo foi emprestado por ele ao filho do dono do apartamento, seu sobrinho, no início deste ano.
O apartamento, portanto, é do cunhado de Tarcísio, Maurício Pozzobon, marido da irmã de sua esposa. Ambos têm passagens pelas Forças Armadas. De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), atualmente Pozzobon cuida da gestão administrativa da campanha de Tarcísio.
O uso do imóvel pela família do próprio dono, e não pelo político, reforça a hipótese de que o contrato de aluguel tenha sido produzido apenas para justificar a mudança de domicílio eleitoral.
O imóvel alugado no segundo semestre do ano passado está localizado em bairro nobre de São José dos Campos (SP) e o contrato de aluguel previa, a partir de outubro de 2021, um pagamento de R$ 1.185 por Tarcísio ao cunhado, “até o dia 5 do mês subsequente ao vencido”. Com informações do colunista Thiago Herdy, do UOL.
Até março deste ano Tarcísio vivia em Brasília, como ministro do governo Bolsonaro. Em janeiro deste ano, ele transferiu seu título de eleitor para São Paulo. Além disso, contrato de aluguel foi assinado em 30 de setembro de 2021 e apresentado à Justiça Eleitoral pela candidatura do ex-ministro, que sofreu um pedido de impugnação por suposta ausência de comprovação do domicílio eleitoral em São Paulo. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) não aceitou o pedido e deferiu o registro da chapa.
Apesar de, no papel, alugar o imóvel havia pelo menos seis meses, quem se apresentou como moradora foi Fernanda, esposa de Maurício, a quem Tarcísio estaria pagando desde então pela locação do endereço. As contas de luz do imóvel apontam a ocorrência de consumo constante, apesar da ausência do aliado de Bolsonaro. A despesa com energia ainda era paga por Maurício Pozzobon até julho deste ano.
Em agosto, a Justiça decretou sigilo em investigação da Polícia Federal sobre o domicílio eleitoral do ex-ministro, e segundo sua assessoria, o processo foi arquivado.