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Tarifaço de Trump já derruba preços de carne e frutas no Brasil; veja o que pode ficar mais barato

A lista de compras ficou mais em conta por causa da crise patrocinada pelo mandatário americano. Imagem: reprodução

Nos últimos dias, o impacto das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros já começa a ser sentido nas feiras e supermercados do país.

A ameaça do presidente Donald Trump de aplicar uma taxação de 50% sobre importações do Brasil gerou uma reconfiguração no comércio internacional e, com isso, parte dos produtos que seriam exportados estão sendo redirecionados ao mercado interno. O resultado imediato é a queda nos preços de alimentos como carne bovina e frutas típicas da exportação.

De acordo com dados do Cepea/USP, o preço da carne no atacado caiu 7,8% entre junho e julho. A arroba do boi gordo teve redução semelhante, com recuo de 7,5% nas principais praças pecuárias de São Paulo. Segundo analistas, o aumento da oferta interna, em função da queda nas encomendas dos EUA, pressiona os preços para baixo. Grandes frigoríficos como JBS e Minerva devem manter as exportações por meio de unidades em outros países, liberando parte da produção brasileira para o consumo local.

O cenário se repete com as frutas, especialmente a manga e a uva. No Vale do São Francisco, região que lidera as exportações desses produtos, o preço da manga tommy caiu de R$ 1,50 para R$ 1,36 em apenas uma semana. Segundo especialistas, o valor pode desabar ainda mais se as toneladas previstas para os EUA forem integralmente redirecionadas ao mercado doméstico. O mesmo vale para a uva, que teve redução expressiva no preço da caixa vendida nos depósitos.

Já no caso do café, o comportamento é o oposto. A cotação do grão subiu 6,8% em Nova York após o anúncio do tarifaço, e o movimento já começa a se refletir no Brasil. Apesar de ter registrado quedas anteriores, o preço voltou a subir no atacado nacional, podendo reacender a pressão inflacionária. Especialistas alertam que, mesmo com o custo mais alto, o café brasileiro continuará sendo insubstituível para muitas marcas americanas, devido à sua participação de 30% nas exportações globais.

Enquanto o governo Lula segue tentando reverter ou mitigar os efeitos do tarifaço, o consumidor brasileiro já começa a perceber mudanças no bolso. A expectativa é que os preços dos alimentos sigam caindo ao longo de agosto e setembro, especialmente para itens perecíveis. No entanto, os produtores alertam para riscos de prejuízo no campo caso os preços despenquem demais. A crise comercial com os EUA, ainda sem solução, poderá ter consequências duradouras sobre a cadeia do agronegócio brasileiro.