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Técnica do ‘Spoofing’ permite ataque sem invasão de celulares de Dallagnol e Moro

Do Globo:

Em momento algum seria necessário periciar o aparelho celular do ministro da Justiça, Sergio Moro , do coordenador da força-tarefa da Lava-Jato Deltan Dallagnol , ou de qualquer outro. Porque nenhum celular foi invadido. A operação da Polícia Federal que prendeu nesta terça-feira quatro suspeitos de trabalhar no hack que originou o vazamento dos diálogos entre Dallagnol e outros personagens do Petrolão não se chama Spoofing à toa. Baseia-se na técnica do Caller ID Spoofing o método utilizado pelo grupo.

E este é o ponto menos compreendido: nenhum aparelho celular foi invadido, como não foi invadida nenhuma companhia telefônica, ou mesmo os servidores do app de mensagens Telegram.

Caller ID Spoofing é uma técnica que faz um celular, ou mesmo um computador ligado à rede de telefonia, fingir ser o smartphone com aquele determinado número. O hacker fingiu, por exemplo, estar com o número de Moro. Ou de Dallagnol.

A partir daí, o que mais provavelmente ocorreu foi que, com este simulador de celular operacional, requisitou ao Telegram fazer uma nova instalação do app. Como quem muda de smartphone, mantem o mesmo número, e reinstala o WhatsApp. O Telegram  pede um código de confirmação para permitir a instalação, que pode vir por SMS ou correio de voz. Todos os hackeados falam de terem recebido uma ligação de seu próprio número ou no final da noite ou durante a madrugada. Era, provavelmente, o celular falso tentando acessar o correio de voz. Com este código em mãos, basta instalar o Telegram e pronto. Todo o conteúdo está no computador sem que nenhum sistema tenha sido de fato invadido.

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