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Canal bolsonarista Terça Livre recebeu quase R$ 200 mil só em publicidade antes de ser excluído

Allan dos Santos, dono do Terça Livre, com as mãos cruzadas na boca
O blogueiro Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre – Divulgação/Senado Federal

O canal bolsonarista Terça Livre recebeu cerca de R$ 22 mil por mês apenas com publicidade no YouTube. A empresa administrada por Allan dos Santos foi retirado do ar em janeiro. O espaço infringiu reiteradamente os termos de uso da plataforma. Ao todo, ele recebeu quase R$ 200 mil de junho de 2020 até o primeiro mês deste ano.

Os valores são referentes exclusivamente aos ganhos com Google AdSense. O Terça Livre ainda ganhou dinheiro com Super Chat, que permite doações durante lives na plataforma. Os dados são do balanço feito pelo canal e anexado no processo que abriu contra o Google, segundo o Painel, da Folha de S. Paulo.

Depois que o canal foi excluído, teve breves reativações por causa de decisões judiciais. Neste período, recebeu pouco mais de US$ 300 entre fevereiro e maio de 2021.

Na semana passada, o TSE decidiu que empresas que cuidam de redes sociais suspendam os pagamentos para páginas bolsonaristas. Elas são investigadas por propagar fake news.

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Terça Livre pode fechar

O site Terça Livre, um dos maiores propagadores de fake news a favor do governo Bolsonaro e da extrema direita anunciou que corre o risco de “acabar a qualquer momento”.

O anúncio foi feito na segunda (16), após decisão do TSE. “Não teremos como pagar nossos funcionários. Juridicamente, não há a quem recorrer”, anunciou o veículo pelo Twitter.

O bloqueio do TSE às redes bolsonaristas de fake news

Canais investigados por propagação de fake news sobre as eleições não vão receber repasses de dinheiro de redes sociais. A determinação foi dada pelo ministro do TSE Luis Felipe Salomão.

Foi atendido a um pedido da Polícia Federal. A PF investiga a organização e o financiamento de ataques ao sistema eleitoral do Brasil. Foi identificada por autoridades uma engenharia supostamente criminosa. A ação, segundo as investigações, fez com que a divulgação dessas mentiras sobre as urnas em negócio.

De acordo com a determinação, os valores que seriam repassados ficarão indisponíveis. O dinheiro vai ser depositado em uma conta judicial até o término das investigações. Vale destacar que os veículos seguirão no ar.

“O direito de crítica, de protesto, de discordância e de livre circulação de ideias, embora inseparável do regime democrático, encontra limitações, por exemplo, na divulgação de informações e dados enviesados ou falsos, ou, ainda, no que se convencionou denominar como desinformação”, diz um trecho da decisão.