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Terrorista que atacou Porta dos Fundos cogita entrar no partido de Bolsonaro e pedir asilo na Rússia

Eduardo Fauzi está sendo procurado pela Polícia Civil do Rio Foto: Divulgação

Da ÉPOCA:

Quando perguntado sobre seu estado de espírito, o empresário carioca Eduardo Fauzi, 41 anos, diz estar tranquilo. Foragido e com pedido de prisão solicitado à Interpol, o único suspeito até agora identificado pela polícia como um dos autores do atentado à produtora do grupo de humor Porta dos Fundos está em Moscou, de onde estuda sua situação jurídica e acompanha o trabalho da polícia em seu encalço.

Em entrevista à coluna, por telefone, Fauzi oscilou entre momentos em que fala como um dos criminosos e outros em que esquivou-se de afirmar abertamente que participou da ação. Disse cogitar pedir asilo à Rússia — onde tem um filho —, confessou que a imagem de Cristo homossexual contribuiu para o ataque e disse estudar uma filiação ao futuro Aliança pelo Brasil, o partido do presidente Jair Bolsonaro, de quem ele se diz um admirador.

Fauzi também detalha sua formação ideológica, que passou por diferentes vertentes da direita brasileira, do movimento integralista a grupos ultraconservadores católicos, a exemplo do Tradição, Família e Propriedade.

(…)

O senhor vai pedir asilo para a Rússia?

É capaz que eu peça, dependendo do andamento dos procedimentos e do ambiente político e social. Me considero um pensador dissidente, um perseguido político. O crime que estão me imputando foi de baixíssimo potencial ofensivo. Na verdade estou sendo perseguido por um delito de opinião. O que está sendo julgado não é o crime, porque ninguém morreu, ninguém se machucou, nada foi destruído. O que está sendo julgado é a motivação por trás do ato. E isso é inadmissível num Estado democrático de direito. Eu acho que as investigações são abusivas. Só o fato de eu estar sendo indiciado por homicídio (Fauzi está sendo indiciado por tentativa de homicídio) e crime de explosão, quando claramente o tipo penal de um já absorve o outro. O crime de explosão é colocar a vida de alguém em perigo mediante o uso de artefatos explosivos.

(…)

O que achou de ser expulso do PSL?

Achei ótimo. O PSL é uma legenda de aluguel. Para mim é muito mais honroso ser expulso do que permanecer no PSL. Sigo o presidente da República, que saiu do PSL e teve os motivos dele. O PSL está contra o interesse do Brasil. Vou procurar uma outra legenda que represente os interesses da pátria.

O senhor irá para o Aliança pelo Brasil, como Bolsonaro?

Não sei ainda.

(…)