Testemunha da Operação Zelotes, Dilma diz não ter informações sobre investigação

Do iG:

A presidente Dilma Rousseff entregou ofício à Seção Judiciária do Distrito Federal no qual afirma que não possui qualquer informação ou declaração sobre os fatos narrados ou pessoas citadas no processo decorrente da Operação Zelotes, para a qual precisou prestar depoimento. A operação investiga a manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda, além da suposta compra de medidas provisórias.

“(…) Esclareço à Vossa Excelência que não detenho qualquer informação ou declaração a prestar acerca dos fatos narrados na denúncia ofertada nos autos da Ação Penal nº 70091-13.2015.4.01.3400, em curso nesse juízo, ou sobre as pessoas indicadas na referida denúncia”, afirmou a presidente, arrolada como testemunha pela defesa do réu Eduardo Gonçalves Valadão, que tinha até esta sexta-feira (5) para se manifestar.

O ofício que traz anexada a resposta da presidente é assinado pelo subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, Jorge Rodrigo Araújo Messias. O documento diz que o requerimento feito por Valadão não traz “qualquer elemento que justifique a indicação de Sua Excelência como testemunha dos fatos narrados na denúncia” e acrescenta que não há nos documentos menção de algo que pudesse ser de conhecimento da presidente.

O ofício reforça que, segundo a denúncia, Dilma teria atuado para impedir o veto de emendas ao texto de uma das medidas provisórias.

Além da resposta de Dilma, a Justiça Federal recebeu ofícios de outras autoridades indicadas como testemunhas pelas defesas de réus. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) enviou documento no qual diz que não detém “qualquer informação ou declaração que possa ser prestada acerca dos fatos relacionados à denominada Operação Zelotes”.

O deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) também enviou ofício afirmando não ter informações sobre o investigado, “uma vez que a minha atuação se restringiu exclusivamente à relatoria de matérias nas sessões de discussão e votação no âmbito da Câmara dos Deputados”.

Outro que se manifestou foi o senador Agripino Maia (DEM-RN), que afirmou desconhecer “qualquer fato eventualmente ocorrido fora do recinto parlamentar”. Os senadores e o deputado foram arrolados como testemunhas de réus de uma ação penal decorrente da Operação Zelotes.