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“Tirar os 3 comandantes das Força Armadas é uma falta de consideração inominável”, diz Santos Cruz

Do Valor:

General Santos Cruz. Foto: Reprodução/Facebook

Ex-ministro da Secretaria de Governo e primeiro militar a ser defenestrado do Palácio do Planalto, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz foi ponderado ao tomar conhecimento, na segunda-feira, da troca da substituição do general Fernando Azevedo e Silva pelo novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto.

Ontem, ao saber da substituição dos três comandantes do Exército (Edson Leal Pujol), Marinha (Ilques Barbosa) e Aeronáutica (Antonio Bermudez), Santos Cruz subiu o tom. Não se trata mais de uma decisão política de um presidente da República mas da interferência direta na instituição militar:

“Tirar os três comandantes de Força desta maneira é de uma falta de consideração inominável”.

(…) Valor: Como o senhor explica a substituição inédita dos três comandantes das Forças Armadas de uma só tacada?

Carlos Alberto dos Santos Cruz: Uma reforma ministerial pode acontecer em qualquer governo. O ministro da Defesa pode ser trocado numa reforma como esta, mas os comandantes não. São pessoas que vêm de dentro da instituição, que passaram por um processo de avaliação e foram escolhidos como os melhores entre seus pares. Então tirar os três foi uma falta de consideração inominável com a instituição, com a função militar, com o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Ele [o presidente Jair Bolsonaro] não podia ter feito isso. Não pode ameaçar as Forças Armadas. As Forças Armadas não podem se transformar num instrumento de intimidação política.

(…)