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Tite rejeita demagogia com a Seleção após Neymar puxar o saco de Bolsonaro

Técnico da seleção brasileira, Tite
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Em entrevista ao jornal O Globo, Tite comentou sobre o fato de a camisa da seleção brasileira ter se tornado um símbolo do atual governo e ter criado uma resistência em muitas pessoas em relação a roupa e também as cores da bandeira do Brasil. O técnico afirmou que não luta essa batalha e que a batalha do futebol é a da “educação, da competição para ser melhor, mas com limites éticos, e a de ser o mais arrojado, o mais criativo. E a de respeitar nossas origens”. Confira trechos:

Como lida com o fato de que há pessoas com resistência à camisa da seleção pelo que ela passou a representar na política nos últimos anos?

Eu digo para você: pega essa torcida e deixe que ela fique com essa batalha. Eu não luto essa batalha. A batalha do futebol é a da educação, da competição para ser melhor, mas com limites éticos, e a de ser o mais arrojado, o mais criativo. E a de respeitar nossas origens. Pegue esse peso e fique com eles, eu digo: “essa batalha fica contigo, não transfira para mim.”

Então nunca temeu sobre como as pessoas iam interpretar a seleção nesse momento político?

Eu temi a reação das pessoas na Copa América (em 2021), por causa da Covid-19. (…) Nós fizemos uma reunião com o presidente da CBF, eu, seis atletas e o Juninho (coordenador de seleções). Foi unânime o pedido de não realização. Eu, Neymar, Alisson, Danilo, Casemiro, Marquinhos e Thiago Silva. Pedimos: “não façam, por favor”. Eu encabecei e fiz o pedido, porque não havia atmosfera humana. Então, quando há necessidade de se posicionar, a gente faz. Às vezes, sem o devido alarde. Ninguém deixou de se posicionar.

Foi seu momento mais difícil?

Sim e tivemos maturidade, enquanto grupo, exemplar. Eu me orgulho muito. Ninguém é alienado, todos particularmente têm suas posições, que as faça no particular. Aqui a prioridade, qual é? É a seleção brasileira? Então é isso. Tem outras questões importantes, mas elas não são nossa batalha. O futebol não vai trazer uma igualdade social maior. Ele vai trazer alegria, senso educacional, ético, competitivo, lúdico. Cada um com suas responsabilidades.

Há uma diretriz para vocês sobre posicionamento político?

Absolutamente não. Democraticamente, para usar o termo, e não me sentiria nunca à vontade. Eu faço através do meu exemplo, falamos entre nós sobre aquilo que é nossa realidade, o futebol.

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