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Titular da Delegacia da Mulher em São Paulo inocenta Felipe Prior da acusação de estupro e advogadas protestam

Felipe Prior negou todas as acusações de estupro e tentativa de estupro
(foto: Globo/ Divulgação )

O inquérito conduzido pela 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo, que investigava as denúncias de estupro feitas por três mulheres contra o ex-BBB Felipe Prior, inocentou o arquiteto, que tem mais de 6 milhões de seguidores no Instagram.

No relatório de doze páginas, a delegada responsável pelo caso entendeu que não havia provas para indiciá-lo.

“Minha investigação está encerrada, isso não quer dizer que o Ministério Público não possa levar o caso adiante. Pelo o que apurei e pelas provas que levantei, não achei tratar-se de caso que fere o artigo 213 do Código Penal”, afirmou a delegada Maria Valéria Pereira Novaes.

Equívoco.

O MP pode ordenar diligências, que terão de ser cumpridas pela autoridade policial. O trabalho dela, portanto, pode não estar encerrado.

Essa decisão da delegada já era esperada por quem acompanha de perto as investigações. Por quê? Só ela pode responder. Porém se sabe que a pressão para inocentar o ex-BBB era grande.

Ele estaria inclusive sendo sondado para participar de outras atrações na TV.

De qualquer, a delegada tem poder para encerrar a investigação nesta fase.

As advogadas das vítimas protestaram contra a decisão, em nota enviada à imprensa.

“A defesa das vítimas repudia as conclusões da polícia formuladas no relatório final, por entendermos que elas não refletem o conjunto de provas que confirma os relatos das mulheres.Nenhuma das testemunhas de defesa foi capaz de refutar diretamente esses relatos. Somente uma crença infundada em teorias da conspiração explica o relato de quatro mulheres, confirmado por testemunhas, documentos e laudo pericial, ser desconsiderado apenas porque o agressor negou a prática dos crimes. Nenhuma mulher se beneficia de denunciar um estupro.
Como cabe ao Ministério Público decidir sobre a continuidade da apuração dos fatos, a opinião da delegacia não é determinante para a continuidade do processo. Esperamos que a injustiça desse relatório seja revertida nas próximas etapas. Esperamos ainda que essa posição lamentável da polícia não leve as milhares de mulheres que sofrem violência todos os dias a ter medo de denunciar o que sofreram.
Maira Machado Frota Pinheiro e Juliana de Almeida Valente, advogadas das vítimas.”