Torturador da ditadura argentina recebe 9ª sentença de prisão por crimes contra a humanidade
Na última sexta-feira (13), o ex-chefe da polícia Miguel Etchecolatz, aos 91 anos, um dos piores torturadores da ditadura argentina (1976-1983), recebeu sua nona sentença de prisão perpétua por crimes contra a humanidade.
”Foram crimes contra a humanidade e assim devem ser qualificados”, disse o presidente do tribunal ao ler a sentença.
Junto com ele, o ex-policial Julio César Garachico também foi condenado. No caso de Julio, por sequestro, tortura e assassinato de sete pessoas no centro de detenção clandestino conhecido como “Pozo de Arana”, a 60 km ao sul da capital argentina.
Apesar de já cumprir sua pena no presídio Ezeiza, Miguel não assistiu ao seu veredicto por estar internado com um quadro febril. O outro condenado, Garachico, também não esteve presente, mas sua condenação gerou revolta entre os presentes no momento, já que lhe foi concedido o direito de cumprir sua pena em prisão domiciliar. Após os gritos falando ”prisão perpétua, comum e efetiva”, os que se revoltaram tiveram de ser retirados.
Será criado um memorial no local onde funcionava o centro de detenção clandestino de Arana, segundo ordens do tribunal, assim como escavações em busca de restos humanos em uma fazenda próxima de uma propriedade do Exército.