Tráfico na Rocinha tem 7 vezes mais fuzis que um batalhão da PM; entenda

A Rocinha, maior favela do Brasil com 72 mil habitantes, transformou-se no principal território do Comando Vermelho no Rio de Janeiro após oito anos de disputa com a facção rival Amigos dos Amigos (ADA). Segundo estimativas da Segurança Pública do estado, os traficantes possuem cerca de 1.500 fuzis, arsenal sete vezes maior que o de um batalhão da Polícia Militar.
Imagens de drone da PM flagraram recentemente cerca de 400 criminosos armados fugindo por áreas de mata durante operação, mostrando o poderio bélico do tráfico. A comunidade virou refúgio para criminosos de outros estados, incluindo estelionatários e assaltantes, que buscam a proteção do armamento pesado.
“Aqueles chefes tradicionais que importavam armas apenas para seu território acabaram. Hoje atuam como atacadistas”, explicou o delegado Pedro Cassundé ao Globo. Investigações com quebra de sigilo revelaram negociações milionárias, como a venda de 500 caixas de munição por R$ 75 mil e fuzis AR-556 a R$ 51 mil. O tráfico de armas evoluiu nas últimas décadas, passando do varejo para operações em larga escala.
Criminosos com capital acumulado agora revendem armamentos para qualquer facção disposta a pagar, assumindo o papel de “matutos” no mercado ilegal. Essa dinâmica fortalece grupos criminosos e dificulta o trabalho das forças de segurança.