Tragédia de Mariana: pescadores do Rio Doce afetados pela lama da Samarco se reinventam para sobreviver
De Viviane Machado e Mário Bonella do G1 ES e TV Gazeta.
O rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, completa três anos nesta segunda-feira (5). Mesmo tanto tempo depois, os impactos do maior desastre ambiental da história do Brasil ainda podem ser sentidos no Espírito Santo, onde a lama causou destruição no Rio Doce.
No dia 5 de novembro de 2015, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, uma barragem da Samarco, cujos donos são a Vale e a BHP Billiton, se rompeu. Uma lama de rejeitos de minério vazou, arrasou vilas, matou pessoas e chegou até o Rio Doce, que percorre cidades mineiras e também capixabas. No Espírito Santo, as cidades afetadas foram Baixo Guandu, Colatina e Linhares, onde fica a foz do rio.
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O nível de contaminação no rio ainda é desconhecido, principalmente em relação às espécies que vivem no local. Por isso, pesquisadores de 24 universidades brasileiras fizeram uma expedição em outubro para coletar materiais para análise.
A força-tarefa chamada Rio Doce Mar está recolhendo amostras de animais, água e lama no Espírito Santo e Sul da Bahia. É a maior pesquisa já realizada para medir as consequências do desastre. São quase 500 pesquisadores. A cada seis meses, eles vão apresentar os resultados.
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Com o objetivo de reparar os danos causados pelo desastre ambiental no Rio Doce, foi criada a Fundação Renova, que é fruto de um acordo entre a União, os estados afetados e a Samarco.
A Renova paga um auxílio mensal, de um salário mínimo mais cesta básica, que é pago mensalmente a 4.900 pessoas que foram afetadas pelo desastre no Espírito Santo.
Leoni Carlos é presidente de uma associação que representa 114 pescadores. Era do rio e do mar que eles tiravam o sustento das suas famílias.
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