Troca de Onyx por general na Casa Civil revolta discípulos de Olavo de Carvalho no governo

De Vera Rosa no Estado de S.Paulo.
A decisão do presidente Jair Bolsonaro de entregar a Casa Civil ao general Walter Braga Netto, chefe do Estado-Maior do Exército, provocou revolta e desconfiança na ala bolsonarista formada por seguidores do escritor Olavo de Carvalho. Nos bastidores, o grupo avalia que, ao se cercar de militares no Palácio do Planalto, dando aos generais postos estratégicos no núcleo do governo, o capitão Bolsonaro criou um problema que pode se voltar contra ele.
Conhecidos por ver “conspiração” em todos os cantos, os olavistas disputam poder com os militares desde a campanha de 2018. Na Esplanada, o representante mais dileto desse time é o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que, apesar de desgastado, não cairá agora. Mais adiante, Weintraub deve até mesmo ser o formulador do programa ideológico do Aliança pelo Brasil, novo partido de Bolsonaro.
Amigo de Weintraub e de malas prontas para o Ministério da Cidadania, Onyx Lorenzoni sai da Casa Civil após entrar em confronto com o general Luiz Eduardo Ramos, que há sete meses assumiu a Secretaria de Governo. Foi o próprio Bolsonaro, no entanto, que criou o embaraço ao chamar Ramos para comandar a articulação política do Planalto com o Congresso, esvaziando funções que antes eram de Onyx. Até hoje, no quarto andar do Planalto, o corredor que separa os gabinetes de Onyx e Ramos é conhecido como “Faixa de Gaza”.
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