Truculento, corrupto e com uma vida de ostentação: o que dizem sobre o delegado preso com Crivella

Do Estadão:
A denúncia contra o ‘QG da Propina’ instalado na prefeitura do Rio, que resultou na prisão do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), narra episódios que poderiam ter sido retratados por filmes ou séries sobre a máfia. Personagem que ilustra bem esse aspecto é o delegado aposentado e ex-vereador pelo MDB Fernando Moraes, apontado como um dos beneficiários de propina no esquema supostamente comandado pelo mandatário e operado pelo empresário Rafael Alves. Eles foram presos nesta terça-feira, 22.
Ex-titular da Delegacia Anti-Sequestro, Moraes teria cobrado os valores de empresários da Assim Saúde, principal envolvida nos pagamentos ao ‘QG’, por meio de chutes e coronhadas. A arma com a qual desferiu-lhes a agressão, segundo contaram delatores, também chegou a ser apontada. (…) Na decisão da desembargadora Rosa Helena Guita, ela afirma que o caso mostra não só o grau de periculosidade de Fernando Moraes, como o risco que a liberdade dele representa para os funcionários da empresa contratada para gerir o plano de saúde dos servidores da prefeitura. Dois episódios ainda não desvendados, aponta a magistrada, também jogam luz sobre uma possível tentativa de intimidar os colaboradores.
Nos últimos anos, Moraes também virou notícia após arrematar, em leilão, um jet ski que pertencia ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB), preso pela Lava Jato fluminense. Pagou R$ 50 mil. A aquisição joga luz sobre o perfil de ostentação criado pelo delegado. Nas redes sociais, ele expõe sem modéstia o jet ski e carros de luxo, por exemplo.
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