Trump dá indulto a amigo e pai do genro, e mantém silêncio sobre Assange

Em uma nova leva de indultos pelo segundo dia seguido, o presidente Donald Trump concedeu perdão nesta quarta (23) a duas figuras que se recusaram a cooperar com os promotores durante a investigação da interferência russa nas eleições de 2016 —Paul Manafort, diretor da campanha eleitoral do republicano naquele ano, e Roger Stone, seu amigo e conselheiro informal de longa data— e também a Charles Kushner, pai de seu genro, Jared Kushner.
Os três são os principais nomes em uma leva de 26 indultos e três comutações de pena divulgados pela Casa Branca nesta quarta, depois que o presidente viajou para sua casa em Palm Beach, na Flórida, para passar as festas de fim de ano.
Dos 65 perdões e comutações de pena divulgados por Trump desde terça (22), 60 foram para pessoas com conexões pessoais com o presidente, de acordo com um levantamento da Universidade Harvard divulgado pelo jornal The New York Times.
O perdão de Manafort poupou seu aliado republicano de cumprir a maior parte de sua pena de sete anos e meio de prisão. Manafort, 70, foi um dos primeiros no círculo interno de Trump a enfrentar acusações apresentadas pelo Conselheiro Especial Robert Mueller como parte de sua investigação sobre a interferência russa na eleição presidencial de 2016.
Stone foi condenado em novembro de 2019 por um júri de Washington por mentir sob juramento a legisladores que também investigavam a interferência russa nas eleições de 2016. Trump comutou sua sentença em julho, um dia antes de Stone começar a cumprir uma pena de três anos e quatro meses.
Kushner, pai do genro de Trump, Jared Kushner, foi condenado a dois anos de prisão depois de se declarar culpado em 2004 de 18 acusações de evasão fiscal, adulteração de testemunhas e doações ilegais para campanha.
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PS: Nenhuma palavra de Donald Trump sobre indulto ao ativista Julian Assange.