TSE registra 590 líderes religiosos entre candidatos em 2022; evangélicos de direita são a maioria
Segundo levantamento feito pelo Poder360, o número de candidaturas religiosas subiu 29,1% em comparação às eleições de 2018. São 590 nomes ligados à religiões em 2022 contra 457 das últimas eleições. No total, 26 partidos lançaram candidaturas com nomes religiosos. Os dados foram retirados do Portal de Dados Abertos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no dia 13 de setembro.
O PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) lidera, com 50 candidatos, seguido do Republicanos, que registra 48 nomes.
O crescimento foi impulsionado principalmente pelos postulantes que usam denominações evangélicas, com aumento de 32,2%. De 2018 para 2022, o número passou de 413 para 546. Foram considerados nomes como pastores, bispos e missionários. PTB e Republicanos dividem a liderança nesse segmento, com 47 candidaturas cada.
Já as religiões de matriz africana registraram aumento de 28,8%, passando de 21 para 27 candidatos, considerando nomes como “pai de santo”, “mãe de santo” e de orixás. O PDT é a legenda com mais representantes ligados a estas religiões (6). Agir, MDB, PSB e PT surgem em 2º, com 3 representantes cada.
A religião católica foi a única que apresentou queda nas urnas. De 22 nomes em 2018, passou para 17; uma redução de 22,7%. O PT aparece em 1º, com 4 candidatos ligados ao catolicismo.
A decisão das siglas é reflexo do posicionamento do eleitorado. Segundo a última pesquisa do PoderData, Jair Bolsonaro (PL) tem 52% das intenções de voto para presidente entre os evangélicos; uma vantagem de 19 pontos em relação ao ex-presidente Lula (PT), com 33% nesse grupo.
Bolsonaro tem buscado se aproximar cada vez mais do eleitorado evangélico, vide sua proximidade com lideranças como o pastor Silas Malafaia. O petista, por sua vez, tem a preferência de 45% do eleitorado católico contra 33% de Bolsonaro.