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Tsunami: entenda o fenômeno que faz o mar “encolher” antes da onda gigante

Recuo abrupto de mar. Foto: Reprodução

O recuo abrupto do mar antes da chegada de um tsunami é causado pela formação do “vale” da onda, quando a água à frente é puxada para compor a crista que virá em seguida. Em tsunamis, essa movimentação envolve toda a coluna d’água, desde o fundo do oceano até a superfície, podendo expor grandes áreas da costa. O fenômeno foi registrado recentemente antes das ondas atingirem a Rússia, Japão e Havaí, e já ocorreu em tragédias como a da Tailândia, em 2004, e na Indonésia, em 2018.

Especialistas explicam que o recuo só acontece quando a parte mais baixa da onda atinge a costa antes da crista, o que não ocorre em todos os tsunamis. Marcelo Dottori, do Instituto Oceanográfico da USP, alerta que o “encolhimento” rápido e incomum do mar pode ser sinal de perigo iminente, especialmente em regiões como o Pacífico. Diferente da maré baixa, que é lenta e previsível, o recuo pré-tsunami é súbito e significativo.

O intervalo entre o recuo e a chegada da onda pode variar de 10 a 15 minutos, tempo insuficiente para hesitar. A recomendação é buscar imediatamente abrigo em locais altos e afastados da costa, pois tsunamis costumam ocorrer em sequência, com ondas posteriores podendo ser ainda mais fortes que a primeira.

No mar aberto, um tsunami pode viajar a 720 km/h. Ao se aproximar da costa, a redução da profundidade diminui a velocidade e aumenta a altura da onda, acumulando enorme volume de água que avança sobre o litoral. Por isso, reconhecer e reagir ao recuo repentino do mar pode ser decisivo para salvar vidas.