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Turquia repele golpe; governo fala em 265 mortos

Da ANSA:

 

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a tentativa de golpe de Estado no país foi repelida pelas forças governistas. A declaração foi dada logo após sua aterrissagem no Aeroporto de Ataturk, em Istambul, onde chegou depois de ter ficado voando em um avião durante toda a revolta.

“Organizaram um atentado à unidade, à solidariedade e à soberania nacionais. Aqueles que planejaram isso pagarão duramente”, declarou o mandatário, recebido por uma multidão em Istambul.

Já o ministro do Interior Efkan Ala disse que os líderes do movimento golpista, que durou menos de cinco horas, foram presos e que a situação está “largamente sob controle”. O golpe teria sido liderado pelo oficial Muharrem Kose, removido do Estado-Maior em março passado, mas Erdogan acusou o movimento Gülen, liderado pelo clérigo exilado nos Estados Unidos Fethullah Gülen, de estar por trás da revolta.

Gülen, que nega qualquer envolvimento, lidera uma ampla organização que se diz laica, mas prega uma vertente moderada do Islamismo. Considerado um dos muçulmanos mais influentes no mundo, o clérigo era aliado do presidente, mas rompeu com ele em 2013 após o governo ter fechado instituições de ensino gülenistas.

O Estado-Maior do Exército da Turquia havia anunciado no fim da noite nesta sexta-feira (15) a tomada do controle do país. “Para recuperar nossos direitos humanos, constitucionais e democráticos, estamos oficialmente assumindo o controle”, dizia uma declaração da ala das Forças Armadas responsável pela revolta.

Definindo a garantia do Estado de Direito como “uma prioridade”, os militares chegaram a decretar toque de recolher e lei marcial, suspendendo liberdades fundamentais, vetando manifestações, censurando opiniões e restringindo o direito de ir e vir.

Ignorando o toque de recolher, multidões contrárias e favoráveis ao golpe desceram às ruas de Ancara em Istambul, que registraram confrontos em várias regiões. Além disso, soldados e policiais – estes últimos fiéis a Erdogan – trocaram tiros. Na capital, 13 soldados teriam sido detidos em uma tentativa de invasão ao palácio presidencial. Por outro lado, segundo a “CNN Turk”, 17 policiais morreram nos tiroteios.