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UFRJ é acusada de racismo por alunos e candidatos

UFRJ. Foto: Divulgação

Do Dia:

Alunos e candidatos se manifestaram nas redes sociais, nesta sexta-feira, após a Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgar um comunicado reafirmando o processo realizado pela Comissão de Heteroidentificação – que avalia o fenótipo dos candidatos (características físicas) que tentam ingressar na instituição por cotas. O episódio acontece dias após O DIA revelar, com exclusividade, o caso de uma jovem que foi declarada como “não apta” a usufruir da vaga destinada para candidatos autodeclarados pretos ou pardos.

De acordo com as denúncias recebidas ao longo desta semana, a conduta da comissão contraria diretamente o edital divulgado pela UFRJ. Parte do texto diz que “no que se refere à formação, nessa Comissão pode ser observado o respeito à paridade de representatividade racial e de gênero é composta por mulheres e homens, pretos(as), pardos(as) e brancos(as). A paridade institucional também está contemplada ali, existindo em cada subcomissão a participação de docentes, técnicos(as) e discentes”. O que é contestado por Bruno, 20 anos, aluno da universidade.

“A UFRJ emitiu nota reafirmando as comissões de heteroidentificação e ignorando completamente a ilegalidade das mesmas. Em uma nota extremamente mentirosa eles afirmam que todas as comissões são formadas por pessoas de diferentes etnias (brancos, pardos e pretos), o que é uma grande mentira. Muitos alunos foram analisados por comissões só de pessoas pretas ou só de pessoas brancas”, disse o jovem.

Outro ponto questionado pelos alunos foi o tratamento realizado por alguns integrantes da comissão. “Ele estão totalmente despreparados e os membros não tem noção do impacto que estão causando na vida dos alunos que tiveram a autodeclaração indeferida, os membros estão “debochando” dos alunos, um comportamento totalmente inaceitável. Rir de um aluno lendo o documento da autodeclaração não é a conduta correta de um membro que compõe essa banca, além de estarem envolvendo suas concepções pessoais”, disse Ana Raquel, de 21 anos, aluna e irmã de um dos jovens que foi declarado inapto para a vaga.
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