Último ato do palco de “Sai de Baixo” tem participação de Maluf; entenda

O Teatro Procópio Ferreira, um dos palcos mais tradicionais de São Paulo e conhecido pelas gravações de “Sai de Baixo”, foi fechado discretamente e agora pode ser demolido. A movimentação ocorre em meio ao avanço imobiliário na Rua Augusta. Inicialmente, especulou-se a participação da família de Paulo Maluf, no entanto, o grupo não participação nas decisões sobre o terreno. O espaço já está sendo desmontado: bilheteria retirada, pisos destruídos e a fachada sem o nome do teatro, embora nenhum pedido oficial de demolição conste nos registros. As informações são do UOL.
A venda do terreno estaria em estágio avançado e envolve uma quadra inteira em transformação. Comércios vizinhos já deixaram o local, enquanto moradores relatam projetos de kitnets de alto padrão, com preços que podem ultrapassar R$ 35 mil por metro quadrado. O imóvel integra o inventário da mãe de Maluf, aberto em 1989, cuja partilha só foi concluída em 2019. O STJ determinou penhora da fatia do ex-prefeito para saldar dívidas de R$ 417 milhões, decisão que ainda não aparece no registro.
Em abril, reportagens apontaram que a família negociava a área com uma incorporadora para quitar pendências com a Prefeitura, prevendo a demolição do teatro. A administradora dos imóveis afirma que não há novidades, enquanto a defesa de Maluf diz que ele transferiu seus direitos “sem nenhum ganho”, algo também ausente nos documentos oficiais. O Procópio Ferreira, inaugurado em 1948, recebeu nomes como Marília Pêra, Paulo Autran, Jô Soares e Paulo Gustavo, além de produções marcantes e das gravações de “Sai de Baixo” entre 1996 e 2002.
Fechado desde maio, o teatro tem redes sociais abandonadas e site fora do ar. A possível demolição se soma à onda de empreendimentos que mudou completamente a paisagem da Augusta desde 2010, apagando espaços históricos. Caso seja derrubado, o Procópio Ferreira seguiria o destino de outros ícones já desaparecidos, como o Teatro Record — mais um capítulo da perda da memória cultural da região.
O texto inicialmente, conforme informações do Uol, atribuiu responsabilidade a Paulo Maluf pela demolição do teatro. No entanto, ele não tem mais participação no empreendimento e não exerce poder nas decisões sobre o local.
