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Um ano depois, caso Queiroz patina: Flávio Bolsonaro nem sequer prestou depoimento

Queiroz e Flávio Bolsonaro

De Gabriel Sabóia no UOL.

Um ano após ser revelado que o antigo Coaf identificou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em nome de Fabrício Queiroz, ex-assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, o STF (Supremo Tribunal Federal) abre caminho para que o caso volte a ser investigado. Tido como a primeira crise do clã Bolsonaro após a eleição presidencial, a investigação enfrentou uma batalha judicial que envolveu a quebra de 95 sigilos bancários e fiscais e a paralisação de mais de 900 ações contra corrupção no país.

Desde que o caso veio à tona, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se beneficiou de duas decisões de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). A turbulência política provocada pela investigação não foi suficiente contudo para que Flávio prestasse de forma espontânea esclarecimentos ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).

Até hoje o senador não prestou depoimento a promotores e se recusa a falar sobre o assunto quando procurado pela imprensa. Já o ex-assessor só se manifestou por escrito ao MP.

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Em posse do relatório, o MP-RJ agendou para o dia 6 de dezembro do ano passado, a primeira oitiva de Queiroz. Mas o PM não compareceu para prestar esclarecimentos. Na véspera, a defesa dele havia solicitado ao órgão a cópia integral do procedimento investigatório. A Promotoria concedeu o adiamento da data e estipulou o dia 19 daquele mês como a data em que ele deveria comparecer ao órgão.

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PS do DCM: Ao depor por escrito, Queiroz teve tratamento que é dispensado a presidentes da república. Quando ocupava o Planalto e era investigado por corrupção e formação de quadrilha, Michel Temer não era ouvido pessoalmente, sempre por escrito. Queiroz não atendeu a algumas intimações e depois seus advogados acertaram com os promotores que ele poderia responder a um questionário. Foi o que aconteceu. Formalmente, a deferência foi em razão de seu estado de saúde — ele tem câncer. A revista Veja publicou reportagem que mostra que vive em São Paulo — não está internado — e vai de táxi, sozinho, para o hospital no Morumbi onde faz tratamento. A rigor, não impede que deponha.