Unicamp tem primeira travesti a defender seu doutorado
Reportagem de Fernando Evans, do G1 Campinas e região.
Primeira travesti a defender doutorado na Unicamp com seu nome social, Amara Moira, de 33 anos, vê o feito como um passo significativo na longa caminhada contra o preconceito. Ser reconhecida dentro do ambiente acadêmico é uma batalha vencida em meio a “guerra” que pessoas trans travam diariamente com a sociedade. “Foi um indício que a universidade aprendeu a se transformar para que pessoas como eu caibam ali.”
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Amara, que é autora do livro “E se eu fosse puta”, defendeu doutorado em teoria e crítica literária e contou ao G1 que busca, com ajuda do conhecimento, quebrar barreiras.
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A escritora reforça que sua luta é para quebrar paradigmas e acabar com rótulos atrelados às pessoas trans. “Não quero que me vejam como um pedaço de carne. Não quero ser assediada o tempo inteiro, mas também não quero ser vista como uma pessoa que vai dar uma facada ou roubar quem quer que seja. Essas são as narrativas que são atreladas a ideia da travesti.”
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Contratada como professora de um cursinho online, Amara festejou ter comandado aula para todo o Brasil com quase 4 mil estudantes na noite da última quarta (7).
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Para Amara, isso muda a forma como alunos vão ver outras pessoas trans a partir de agora. “Por isso é tão importante estar em todos os espaços e não somente às margens da sociedade.”
