USP forma médicas travestis pela 1ª vez na história

Pela primeira vez na história, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP), pertencente à Universidade de São Paulo (USP), celebrou a formatura de duas médicas travestis, Stella Guilhermina Branco Fontanetti e Louise Rodrigues e Silva, que receberam seus certificados de conclusão em dezembro. É a primeira vez que isso ocorre em seus 71 anos de existência.

“Para nós, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, é um enorme orgulho termos a Stella e a Louise como nossas alunas e, agora, médicas. Elas são a representação de força, resiliência e de luta incansável pela realização de seus sonhos. Estamos sempre atentos a questões de respeito, equidade e inclusão em nossa faculdade”, disse Rui Alberto Ferriani, professor e diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Uma pesquisa realizada em 2021 pela Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu (SP) indicou que cerca de 2% da população adulta brasileira se identificava como transgênero ou não-binária, correspondendo a aproximadamente três milhões de pessoas. O recente início da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) do IBGE, com questões sobre orientação sexual e identidade de gênero, pode orientar políticas públicas para melhorar o acesso à educação para a população trans.

No estado de São Paulo, a Secretaria de Educação destaca o trabalho do Núcleo de Inclusão Educacional (NINC), dedicado à diversidade de gênero e inclusão de nome social em documentos escolares. Atualmente, 3.363 estudantes utilizam o nome social conforme os critérios da Resolução SE nº 45 de 2014. Educadores da rede pública recebem formações sobre violência de gênero a grupos vulneráveis, incluindo a comunidade LGBTQIAPN+, destacando a importância da Educação em Direitos Humanos (EDH) e igualdade de gênero. O resultado da PNDS, previsto para 2024, poderá influenciar políticas públicas futuras.

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