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Veja os dois erros que desmascararam espiões russos na Argentina

Agentes russos residiram por anos na Argentina utilizando identidades falsas. Foto: Reprodução

Um ano após a maior troca de espiões desde a Guerra Fria, veio à tona o erro que derrubou dois agentes russos que viviam com identidades falsas na Argentina. Em 2018, ao viajarem para a Rússia durante a Copa do Mundo como se fossem torcedores argentinos, usaram passaportes diplomáticos com seus nomes reais. A falha foi detectada pelo serviço secreto da Eslovênia, que investigava o casal após receber uma pista da inteligência britânica.

Artem Dultsev e Anya Iudina, infiltrados sob os nomes falsos de Ludwig Gisch e María Rosa Mayer Muños, moraram em Buenos Aires entre 2012 e 2017, onde tiveram dois filhos argentinos. A investigação eslovena avançou após descobrir uma foto publicada por um parente dos espiões. No fundo da imagem, havia um retrato de casamento que confirmava a identidade verdadeira do casal.

A partir daí, cruzando dados com apoio do MI6 e da CIA, os agentes monitoraram a família até a prisão em dezembro de 2022. O casal foi detido em Liubliana, capital da Eslovênia, no exato dia em que, segundo os serviços de inteligência, costumavam se comunicar com o quartel-general do SVR, a agência de espionagem externa da Rússia. Seus filhos, Sophie e Daniel, foram levados a um orfanato.

Em julho de 2023, após 19 meses detidos, os dois participaram de uma troca internacional de prisioneiros que envolveu seis países, incluindo Estados Unidos e Rússia. Na pista de Ancara, onde ocorreu a troca, Vladimir Putin agradeceu pessoalmente aos espiões pelo serviço prestado à Rússia. Aos filhos, que não falavam russo, o presidente dirigiu-se com um breve “buenas noches”.