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Vendedor de vacina diz que militar e empresário estavam com funcionário da Saúde durante pedido de propina

Presidente Jair Bolsonaro durante a apresentação do Planao nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, no Palácio do Planalto. Sérgio Lima/Poder360 16.12.2020

O representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, contou à Folha de S.Paulo que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, estava acompanhado no jantar em que teria proposto propina de U$ 1,00 por dose para fechar contrato de vacinas.

“E, olha, foi uma coisa estranha porque não estava só eu, estavam ele [Dias] e mais dois. Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, ressaltou Dominguetti.

Ao questionado se ele tinha certeza que o encontro foi com o diretor de Logística do ministério, Dominguetti respondeu: “Claro, tenho certeza. Se pegar a telemetria do meu celular, as câmeras do shopping, do restaurante, qualquer coisa, vai ver que eu estava lá com ele e era ele mesmo”.

“Ele [Dias] ainda pegou uma taça de chope e falou: ‘Vamos aos negócios’. Desse jeito. Aí eu olhei aquilo, era surreal, né, o que estava acontecendo”, disse ainda.

“Eu estive no ministério, com Élcio [Franco Filho, ex-secretário-executivo do ministério], com o Roberto, ofertando uma oferta legítima de vacinas, não comprou porque não quis. Eles validaram que a vacina estava disponível”, completou.

Segundo o vendedor de vacina, o jantar aconteceu em 25 de fevereiro, na véspera de uma agenda oficial com Roberto Dias no Ministério da Saúde e um dia após o país ter atingido a marca de 250 mil mortos pela pandemia do coronavírus.

Roberto é mais um indicado por Ricardo Barros (Progresistas-PR) e sua nomeação se deu na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM).