Viagra comprado por Governo Bolsonaro não trata doença pulmonar, diz documento

Publicadas no site da Anvisa e em portaria do próprio Ministério da Saúde, bulas mostram que os 35.320 comprimidos de Citrato de Sildenafila, genérico do Viagra, adquiridos pelo Ministério da Defesa – de 25 mg e de 50 mg – não são recomendados para o tratamento de hipertensão arterial pulmonar (HAP), motivo alegado pela pasta após a compra se tornar pública. A informação é da CNN.
Os documentos mostram que o medicamento indicado para a HAP é a versão de 20 mg. De acordo com a CNN, bulas das dosagens dos comprimidos comprados para as Forças Armadas instruem que são usados em casos de impotência sexual.
Além disso, pneumologistas afirmam que a hipertensão arterial pulmonar é uma doença muito rara. Dessa forma, a quantidade comprada não é proporcional à possível demanda. E para piorar, quem tem HAP “não tem condições de servir como militar”, dizem os especialistas.
Doença alegada pelo governo que justificaria compra de viagra não é compatível com carreira militar
O genérico do Viagra foi comprado com dinheiro público, para ser utilizado pelo Exército, Marinha e Aeronáutica. Após a aquisição ser descoberta, o governo alegou que o objetivo era o tratamento de hipertensão arterial pulmonar.
No entanto, de acordo com pneumologistas ouvidos pela CNN, quem tem HAP “não tem condições de servir como militar”. Além disso, não é uma doença tão comum, o que não justificaria a quantidade adquirida.
Essas contradição deverão estar entre os pedidos de esclarecimentos do TCU ao Ministério da Defesa. A reportagem da CNN entrou em contato com a pasta, mas ainda não foi atendida.