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VÍDEO: Djavan explica o que significa “açaí, guardiã, zum de besouro, um imã”

Djavan em entrevista explicando a letra da canção “Açaí”. Foto: reprodução/Youtube

Em uma de suas falas mais didáticas sobre sua própria obra, Djavan explicou o sentido por trás de um de seus versos mais citados: “Açaí, guardiã, zum de besouro, um ímã, branca é a tez da manhã”. A frase, presente na canção Açaí, chegou a ser usada pelo jornalista Artur Xexéo como nome de um prêmio dedicado a excentricidades culturais. Para Djavan, no entanto, a crítica revela mais ignorância do que humor.

Segundo o cantor e compositor alagoano, a imagem do açaí como guardiã não é gratuita: a fruta é base alimentar, símbolo de resistência e sustento das populações do Norte brasileiro. “Não há uma pessoa que viva no Norte que não entenda isso”, afirmou Djavan. Ele ainda explica que o zum de besouro representa o som natural que chama atenção de quem vive integrado à natureza — “é impossível ouvir um zumbido e não se interessar por ele” —, sendo, por isso, comparado a um ímã.

A “branca tez da manhã” é outra imagem poética: basta acordar às 5h da manhã, em um dia nublado, para ver o mundo envolto em nuvens. Para Djavan, o problema não está na letra, mas na limitação de quem não consegue interpretá-la: “O que há é falta de alcance de alguns críticos que nos julgam pela sua ignorância. Eu não posso fazer nada. Mas o verso está ali. É lindo”.