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“Você pode me ajudar? Ele está aí fora”: mulher denuncia violência doméstica em bilhete a funcionário de banco

Do Estado de Minas

“Você pode me ajudar? Ele está aí fora”, escreveu uma mulher de 27 anos em um papel de extrato bancário. O pedido de socorro informando sobre violência doméstica foi entregue a um bancário, em uma agência de Sobradinho, no Distrito Federal. O funcionário que recebeu o bilhete conversou com a reportagem e relatou a situação. “Ela (vítima) estava nervosa, com medo e assustada”, contou o bancário, que preferiu não se identificar.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou inquérito para apurar os crimes de cárcere privado, violência física e psicológica. Até a mais recente atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso. Casal ficou junto durante 5 anos, entre idas e vindas.

Era tarde de segunda-feira, quando a vítima e o companheiro foram a uma agência bancária, de Sobradinho, para sacar o bolsa-família. O funcionário conta que estava no caixa e se surpreendeu quando recebeu o papel entregue pela mulher. “Eu levei um susto na hora, li o que estava escrito e decidi manter a calma para saber o que podia fazer”, disse. Na mensagem, a jovem escreveu: “Você pode me ajudar? Ele está aí fora”. A frase veio acompanhada por um “Xis”, símbolo que alerta para a violência doméstica.

Assustado, o servidor pediu para que a mulher anotasse as informações em um outro papel, contendo os dados pessoais. No novo bilhete, ela afirmou que residia no Condomínio Mestre D’armas, em Planaltina. “Se os policiais baterem, ele não vai atender. É para os policiais insistirem, pois ele vai fingir que não está em casa. Não posso passar telefone. Ele pode atender”, finalizou a vítima, na mensagem. Devido à pandemia, apenas uma pessoa pode entrar na agência. O servidor conta que o homem estava do lado de fora da agência, esperando pela mulher. “O celular dela não parava de tocar. Na linha, uma pessoa perguntava se ela já tinha sido atendida, provavelmente era ele. E ela estava muito nervosa e assustada”, detalhou. (…)