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Willian, mãe de duas filhas, deixou o marido e se tornou homem trans

Aos 11 anos, na Copa do Mundo de 1994; e no ano passado (Fotos: Arquivo Pessoal)

De Paulo Sampaio no Universa do UOL.

Aos 12 anos, quando teve uma paixonite de criança por uma vizinha de rua, o gerente de loja trans William Oliveira, hoje com 36 anos, nunca tinha ouvido falar na palavra “lésbica”. Única filha mulher em uma família muito religiosa, de quatro irmãos, a menina intuía que aquele comportamento era condenável, mas não sabia por quê.

Pai motorista, mãe dona de casa, Will conta que sentia atração por meninas, mas de uma maneira muito inocente. “A gente não recebia nenhuma informação a respeito de sexo na escola, e em casa não havia a menor possibilidade de conversar sobre o assunto. Nem se falava nisso”, lembra ele, que nasceu mulher, casou, teve duas filhas e fez a transição para o sexo masculino há cerca três anos. Hoje, mantém os cabelos muito curtos, cultiva barba, usa roupas folgadas, boné e alargadores de orelha. Aparenta muito menos idade, talvez porque faça, nas palavras dele, o estilo “moleque”.

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