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Witzel, governador eleito do Rio, anuncia sócio para a equipe, que só tem homens

Reportagem de Luiz Ernesto Magalhães no Globo informa que o governador eleito Wilson Witzel anunciou nesta terça-feira mais sete nomes que vão compor o alto escalão de seu governo, até agora com 11 escolhidos. Mas, com dificuldades para montar sua equipe, o ex-juiz federal tem optado por pessoas que fazem parte da administração atual, como Roberto Robadey — escalado por Luiz Fernando Pezão para a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, e que continuará na pasta —, ou que são do seu círculo mais próximo, como o advogado Lucas Tristão. Ex-aluno e sócio de Witzel em um escritório de advocacia no Espírito Santo, Tristão assumirá a pasta de Desenvolvimento Econômico, Geração de Emprego e Renda. Um de seus clientes é uma fornecedora de mão de obra ligada a um empresário citado na Lava-Jato. Na equipe divulgada até agora, não há sequer uma mulher, contrariando a promessa de campanha de Witzel de que metade de seu governo seria do sexo feminino.

De acordo com a publicação, as dificuldades para compor a equipe começaram com a escolha do titular da Fazenda, cargo estratégico para o governo de um estado que, com as finanças comprometidas, teve que entrar no Regime de Recuperação Fiscal. Witzel já sondou para o posto o ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro, a secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescosi, e o secretário de Fazenda do Espírito Santo, Bruno Funchal. Todos recusaram. Até agora, não se sabe quem ficará à frente da pasta. O mesmo ocorre em outras áreas importantes, como saúde e educação. Em nota, a assessoria de Witzel se limitou a informar que “a equipe de transição está recebendo e analisando currículos para as secretarias”.

Para especialistas, os problemas que Witzel tem enfrentado para montar sua equipe têm relação com a inexperiência do governador eleito com a política e até ao fato de seu partido, o PSC, ainda ser pouco expressivo no cenário nacional. O cientista político Eurico Figueiredo, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), considera um erro, por exemplo, Witzel ter permitido que vazassem informações sobre nomes que ele sondava para a Secretaria de Fazenda, completa o Jornal O Globo.

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, fala à imprensa após reunião com o presidente Michel Temer, Palácio do Planalto – Wilson Dias/Agência Brasil