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Youssef: deputado pagou 40 parlamentares para ser escolhido líder do PP

Do congresso em foco:

As investigações relacionadas à Operação Lava Jato revelam que esquema de corrupção na Petrobras também financiou a eleição de líderes partidários. A Procuradoria Geral da República (PGR) aponta que as escolhas de lideranças do PP dentro da Câmara aconteciam desde 2006 e custavam até R$ 5 milhões.

O doleiro Alberto Youssef relatou, em uma das delações premiadas, que repassou mais de R$ 4 milhões para que o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), fosse eleito líder do partido em 2011. Conforme a delação premiada, ele pagou cerca de 40 parlamentares do PP para que fosse escolhido como o líder da bancada. Ele ficou entre fevereiro e agosto de 2011 no cargo.

Em duas petições encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Nelson Meurer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, descreve o destino do dinheiro e a prática do núcleo político do PP. “Esses valores destinavam-se não apenas aos diretores da Petrobras, mas também aos partidos políticos e aos parlamentares responsáveis pela manutenção dos diretores nos cargos. Tais quantias eram repassadas aos agentes políticos de maneira periódica e ordinária, e também de forma episódica e extraordinária, sobretudo em épocas de eleições ou de escolhas das lideranças”, afirma Janot.

“Esses políticos, por sua vez, conscientes das práticas indevidas que ocorriam no bojo da Petrobras, não apenas patrocinavam a manutenção do diretor e dos demais agentes públicos no cargo, como também não interferiam no cartel existente”, complementa em seguida no pedido de abertura de inquérito contra Meurer.

O doleiro contou em delação premiada que era uma prática, de 2006 até pelo menos 2011, o pagamento para escolha de líderes no PP. Segundo ele, “para ser eleito, o líder faz uma ‘campanha’ entre os membros do Partido Progressista e paga valores para os deputados votarem nele” e que “uma campanha de liderança do PP, na época, com 40 parlamentares, custava cerca de R$ 5 milhões”.