Zema tenta expandir escolas militares em MG em 8.000%

O governo de Romeu Zema (Novo) tenta ampliar o número de escolas cívico-militares em Minas Gerais em cerca de 8.000%, propondo consulta em 728 escolas da rede estadual, que hoje conta com apenas nove unidades no modelo. O processo de votação envolvendo professores, alunos e pais foi iniciado no fim de junho, mas acabou suspenso pelo governo sob o argumento de baixa participação durante o período de férias escolares. A previsão é que a consulta seja retomada em agosto.
O projeto enfrenta forte resistência entre profissionais da educação e sindicatos, que apontam caráter intimidatório na presença de militares nas escolas e falta de preparo desses agentes para o ambiente pedagógico. Em Belo Horizonte, na tradicional Escola Estadual Governador Milton Campos, 85% dos participantes rejeitaram a adoção do modelo militarizado. Ainda assim, o governo argumenta que escolas já aderentes apresentaram melhoras no Ideb e queda na evasão escolar.
Pesquisadores da UFPB identificaram em Goiás, um dos pioneiros na adoção do modelo, avanços em notas de português, matemática e redução de violência nas escolas. Porém, críticas permanecem sobre o caráter segregador da medida, direcionada a escolas em áreas pobres e periféricas, reforçando a ideia de que estudantes dessas regiões precisam ser controlados pela força policial, em vez de receber investimentos estruturais em educação e segurança.