“Esses animais não podem mais viver”: reservista mais velho de Israel pede para matar “mães e filhos”

Atualizado em 16 de outubro de 2023 às 13:45
Ezra Yachin, 95 anos, reservista convocado por Israel para animar as tropas, assassino que esteve no massacre de Deir Yassin em 1948

Um veterano do exército israelense que esteve envolvido num massacre de civis palestinos em 1948 pediu para os soldados “apagarem a memória de famílias, mães e crianças”.

Ezra Yachin, 95 anos, é um dos mais de 300 mil reservistas do mobilizados por Israel desde o início da guerra com o Hamas em Gaza, há uma semana.

Yachin não estará envolvido em combate, mas servirá para “motivar” as tropas.

“Seja triunfante e acabe com eles e não deixe ninguém para trás. Apague a memória deles”, disse Yachin ao se dirigir às tropas israelenses esta semana, em um vídeo que viralizou.

“Apaguem eles, suas famílias, mães e filhos. Esses animais não podem mais viver”.

Ele acrescentou que “não há desculpa”, já que o Hezbollah “poderia enviar ataques aéreos” e “os árabes aqui poderiam nos atacar”.

“Todo judeu com uma arma deveria sair e matá-los. Se você tem um vizinho árabe, não espere, vá até a casa dele e atire nele”, disse Yachin.

“Vamos testemunhar coisas com as quais nunca sonhamos. Todas as profecias enviadas pelos profetas estão prestes a ocorrer.”

Israel matou pelo menos 2 215 pessoas em Gaza na semana passada, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Dos mortos, 724 são crianças e 458 são mulheres. Na Cisjordânia, são 54 vítimas fatais.

A guerra eclodiu em 7 de Outubro, depois de o Hamas ter lançado um  ataque surpresa em várias frentes  contra Israel, disparando milhares de foguetes e enviando combatentes para o território israelense por terra, ar e mar. Mais de 1 300 israelenses foram mortos e dezenas de soldados e civis foram levados cativos de volta para Gaza.

Veterano envolvido no massacre de Deir Yassin

Yachin era membro da milícia sionista Lehi, que cometeu atrocidades antes da criação do estado de Israel.

Esteve envolvido no  massacre de Deir Yassin, em 9 de Abril de 1948, quando milicianos sionistas pertencentes aos grupos Lehi e Irgun foram de casa em casa, matando mais de 100 pessoas na pequena aldeia palestina de Deir Yassin, perto de Jerusalém, apesar de terem concordado com uma trégua anterior. Mulheres, crianças e idosos não foram poupados.

A chacina, entre outras atrocidades, levou à expulsão forçada de centenas de milhares de palestinos da sua terra natal, no que viria a ser conhecido como Nakba (“catástrofe”).